terça-feira, 24 de agosto de 2010

CHOC, CHOC, CHOC, CHOCOLATE...

Lilian Abreu e Mayara Rubia estagiárias do curso técnico em Nutrição e Dietética

Roberta Calhes Franco, nutricionista, professora da Nutrição ETec GV, revisão técnica

O chocolate é um dos alimentos mais consumidos nessa época do ano e faz a alegria de muita gente! Como todo mundo sabe, um alimento rico em gorduras e açúcares tornando-o calórico, além disso possui cafeína, uma substância estimulante que, quando ingerida em excesso, pode causar irritabilidade.

A gordura presente no chocolate é essencialmente de origem vegetal proveniente do cacau, o que significa que não contém colesterol. Porém, na maioria dos chocolates são adicionados leite que contém gordura de origem animal e alguns também são produzidos com gordura vegetal hidrogenada, rica em gordura trans, o que torna a gostosura não muito saudável.

Dentre os tipos de chocolate comercializados, o mais indicado para o consumo é o chocolate meio amargo, pois possui menor quantidade de açúcar e maior concentração de cacau (mínimo de 70%), e o menos indicado é o chocolate branco que é composto basicamente de manteiga de cacau, leite e açúcar.

Mas o chocolate não é composto apenas por esses ingredientes, o cacau contém um componente que tem se mostrado benéfico para a saúde, o flavonóide. Esse ingrediente bioativo é um antioxidante que ajuda a combater os radicais livres que são átomos ou moléculas instáveis que desencadeiam reações químicas, modificando a estrutura celular, podendo ocasionar danos estruturais no funcionamento das células. Os flavonóides são responsáveis pela proteção contra doenças cardiovasculares. Em um estudo realizado em 2004, o consumo de cacau e de chocolate aumentou a concentração de colesterol HDL (colesterol “bom”), o que está relacionado com a diminuição do risco de doenças cardiovasculares. Em um diferente estudo, foi demonstrado que o LDL (colesterol “ruim”) não sofre oxidação dentro do organismo por causa do efeito antioxidante de compostos presentes nos alimentos, como os flavonóis do chocolate, a vitamina E e C. Os flavonóides encontrados no cacau agem também na diminuição da pressão arterial. Apesar de o cacau e o chocolate terem sido consumidos por centenas de anos, apenas recentemente se começou a conhecer e a entender os benefícios deste saboroso alimento. A ideia não é recomendar um consumo exagerado de chocolate, sobretudo aos indivíduos obesos ou com sobrepeso que deveriam restringir ou evitar, mas sim uma ingestão em quantidade reduzida e freqüente. É aconselhável cerca de 50g por dia, o suficiente para suprir nosso desejo e garantir a saúde, principalmente cardiovascular.

VALENZUELA, A.B. El chocolate, un placer saludable. Revista Chilena de Nutricion. Santiago, v. 34, n. 3, sep. 2007.

DING, E.L.; HUTFLESS, S.M.; DING, X.; GIROTTRA, S. Chocolate and prevention of cardiovascular disease: a systematic review. Nutrition and Metabolism (London), v.3, n.2, 2006.

MURSU, J. et al. Dark chocolate consumption increases HDL cholesterol concentration and chocolate fatty acids may inhibit lipid peroxidation in healthy humans. Free Radical Biology & Medicine, v. 37, p.1351-1359, 2004.

MATHUR, S. et al. Cocoa Products Decrease Low Density Lipoprotein Oxidative Susceptibility but Do Not Affect Biomarkers of Inflammation in Humans. American Society for Nutritional Sciences, 2002.

GRASSI, D. et al. Cocoa Reduces Blood Pressure and Insulin Resistance and Improves Endothelium-Dependent Vasodilation in Hypertensives. Hypertension, v. 46, p. 398-405, 2005

Outras informações: www.qualyfood.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Faça um comentário inteligente.
Leia o texto antes, depois, dê-nos a honra de ler seu comentário.